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Roteiro: Nova York, Washington e Filadélfia [Parte 2]

Foto do escritor: Isadora DuetiIsadora Dueti

Atualizado: 28 de abr. de 2023

Nessa segunda parte do roteiro, tudo o que vivi e conheci na atual capital dos Estados Unidos.


Os primeiros dias da viagem, que se passaram pela Filadélfia, eu documentei nesse post aqui. Agora chegou a vez dela, a capital planejada dos Estados Unidos. Palco de inúmeros filmes e séries televisivas e dona de um cenário deslumbrante. Além das estruturas icônicas, fomos prestigiadas com o início da época em que as árvores de cerejeiras florescem. Tudo isso por acaso. Mas este não foi o único acaso desse trecho da viagem...

Dia 5

National Mall


Quando falamos em capital planejada, nós, brasileiros, logo pensamos em Brasília. De fato, Washington e Brasília tem as suas muitas semelhanças, como aqueles endereços divididos em quadrantes que logo começam a fazer sentido. Agora imagina o Congresso Nacional que se ergue em frente à Esplanada dos Ministérios, mas ao invés de ministérios, diversos museus. E todos gratuitos! Essa é a região do National Mall, um parque nacional que vai desde o Capitólio até o Washington Monument - aquele famoso obelisco -, rodeado de museus, e que foi nossa primeira parada em D.C. (é assim que chamam a cidade por lá).



Para chegar nós pegamos o Circulator, um ônibus que circula gratuitamente pelos principais pontos da metrópole (na época, em 2019, era gratuito. Atualmente a passagem do Circulator custa $1). Descemos na Union Station e da estação avistamos o Capitólio, que é o Congresso estadunidense. Como era domingo, estava fechado, mas voltaríamos dois dias depois para fazer a visita. Mas isso não nos impediu de aproveitar o caminho, afinal, a paisagem não tem horário de visitação, não é mesmo? E devo dizer... que bela vista!!


A arquitetura neoclássica traz em si os aspectos históricos e políticos da cultura greco-romana. A construção tem dimensão monumental e imponente. Na extremidade da Cúpula do Capitólio, a Estátua da Liberdade (não a de Nova York!). Nenhum edifício deve ser mais alto que ela, pois nada deve estar acima da liberdade - contraditoriamente, a estátua foi erguida por trabalhadores escravos. Atrás do prédio, a Suprema Corte dos Estados Unidos e a Biblioteca do Congresso, que é a maior do mundo e tem até visita guiada e gratuita. Ambos também estavam fechados, porém, nos nossos planos para terça-feira.


A fachada não movimentada do Capitólio em dia de domingo.

Seguimos então pelos rumos do National Mall. Entre um edifício e outro, a paisagem nos surpreendia com jardins cheios de tulipas e espelhos d'água, além das flores de cerejeiras que começavam a dar as caras. Os food trucks enchiam de cor as ruas, e um tipo deles me marcou bastante: o do carrinho de sorvete, que onde tivesse estaria com uma música tema de carrossel, bem do jeito como vemos nos filmes e desenhos animados. Para mim, esse é o som de Washington agora.


Pelas calçadas do National Mall.

Atravessamos a rua em direção aos museus. Na capital são mais de vinte só do Instituto Smithsoniano, todos de graça. E a maior parte fica ali, pelo National Mall e arredores. Entramos no Museu Nacional do Índio Americano, que mostra o estilo de vida e a história dos povos indígenas do hemisfério ocidental. As visitas guiadas saem do Átrio Potomac, no primeiro piso, e duram quase uma hora. Se preferir, pegue um guia impresso no balcão de informações e faça o tour por conta própria.


De lá fomos para o lugar mais visitado do Instituto Smithsoniano: o Museu Nacional do Ar e do Espaço. O espaço é enooorme - e tem que ser para caber todos os aviões que tem lá dentro. Além de contar a história da aviação e expor curiosidades bem legais sobre o universo, tem bastante interatividade. É difícil concorrer com as tantas crianças, que são a maioria dos visitantes, mas eu consegui pelo menos tocar um pedaço da lua.



Para quem quiser ir além das exposições, o museu conta ainda com o Planetário Albert Einstein e um cinema IMAX, ambos pagos, e um observatório com vários telescópios que funciona de quarta à sábado das 12 às 15 horas. Vale a pena também passar na loja de souvenirs principal, que fica no térreo.


As horas passam e com elas bate aquela fome. Como em D.C. os espaços são bem extensos e é possível que você caminhe muito de uma atração a outra (alguma semelhança com Brasília??), pode ser complicado sair do National Mall em busca de um restaurante. Para otimizar o tempo é melhor comer na praça de alimentação de algum dos museus ou em algum food truck pelas calçadas. E foi por este último que eu decidi.


Se na Filadélfia eu não consegui comer o famoso Philly cheese steak, muitos carrinhos de comida em D.C. tinham no menu o tal lanche. Daí aproveitei pra não dizer que voltei sem experimentar. Sentamos no gramado, onde muitos outros também faziam refeição, estudavam ou só tiravam um tempo de descanso, e comi o meu combo Philly cheese steak, com uma linda vista do Washington Monument. E de fato era delicioso!!


Seguimos em direção ao Monumento que, com quase 170 metros de altura, é o maior obelisco do mundo. A estrutura é uma homenagem a George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos. Demos de cara com ele fechado. Na verdade está assim desde agosto de 2016, e deve reabrir no verão de 2019, devido a uma reforma. O ingresso é free e começa a ser distribuído às 08:30. Para quem quer evitar filas, pode reservar pelo site por uma taxa de $ 1,00.


Washington Monument com o colorido dos food trucks do National Mall

Atrás do Washington Monument estende-se um parque com um grande espelho d'água, a Reflecting Pool, que leva a outro dos principais pontos turísticos da cidade. Mas no caminho tem ainda três memoriais, em homenagem àqueles que serviram às forças armadas do país. O primeiro, o World War II Memorial, inaugurado em 2004, possui 56 colunas de granito que simbolizam os 48 estados americos, o Distrito de Colúmbia e outros 7 territórios federais. Antes de chegar na extremidade do espelho d'água, há o Vietnam Veterans Memorial à sua direita, e o Korean War Veterans Memorial à esquerda.


Conforme a "piscina" vai chegando ao fim, uma imponente construção com ares de templo grego vai se erguendo à nossa frente. Uma grande escadaria nos leva ao Lincoln Memorial, uma das atrações mais visitadas em Washington, e que mexe com o imaginário de muita gente. Afinal, a construção em honra ao 16º presidente, Abraham Lincoln, além de todo o significado que carrega, já foi personagem de muitos filmes por aí, como Armageddon, Forrest Gump e Uma Noite no Museu 2.


O deslumbrante Lincoln Memorial.

O interior do monumento é dividido em três câmaras: a norte e a sul, com inscrições do segundo discurso de posse de Lincoln e do memorável discurso realizado no cemitério de Gettysburg, local onde se deu uma das mais sangrentas batalhas da Guerra Civil Americana; e a central, com a enorme estátua contemplativa do presidente. Lincoln é reconhecido, principalmente, pela forma como liderou o país durante a guerra civil e também pela abolição da escravatura nos Estados Unidos.


A homenagem: "Neste templo, tal como nos corações das pessoas para quem ele salvou a União, a memória de Abraham Lincoln está guardada para sempre".

Já anoitecia quando subimos até o memorial. Depois de contemplar a história por um tempo, nos sentamos nos degraus para descansar e apreciar a paisagem para o Washington Monument enquanto isso. Por fim, pegamos um ônibus na parada mais próxima do Circulator e voltamos para nossa acomodação.


A vista das escadas do Lincoln Memorial para o Washington Monument.
Dia 6

Arlington


Compromisso marcado com uma sede do poder estadunidense e um dos lugares mais bem vigiados, provavelmente do mundo. O Pentágono. Sim, é possível fazer uma visita guiada (e sem pagar nada!) a esse lugar tão emblemático. É preciso agendar com antecedência de no mínimo 14 dias pelo site. Em breve farei um post explicando esse processo direitinho.


No dia da visita pegamos o metrô, que era a maneira mais fácil de chegar. Foi a nossa primeira vez usando o transporte em Washington e nos embananamos até entender como funcionava. Na entrada das estações há uns totens (foto abaixo) onde compra e recarrega o cartão: o SmarTrip, que liga todo o sistema de transporte da cidade (então é bom ter um). Ele custa 2 dólares. O valor da passagem varia com a distância percorrida e o horário, e por isso você deve passar o cartão na catraca tanto na entrada quanto na saída. Em cada terminal tem as informações de quanto daria a corrida do lugar onde se encontra até onde pretende ir.


Terminal onde compra e recarrega o SmarTrip nas estações de metrô em D.C.

SmarTrip comprado e abastecido, pegamos o próximo trem e descemos na estação Pentagon (linha azul ou amarela). Um parênteses importante aqui: achei o metrô de Washington o melhor de todos em que já estive. Além da ótima estrutura, é muito limpo. Digo, muito mesmo. Ao descermos na Pentagon, já dava para perceber que estávamos em uma área militar. Gente uniformizada para todo lado e um sistema de vigilância rigoroso.


A saída da estação te leva praticamente para a entrada de visitantes do prédio. Ao entrar, cada pessoa do grupo precisa apresentar o documento de identificação - no caso, o passaporte - em um guichê. Depois, nós somos encaminhados para uma revista como aquelas de aeroporto: passamos pelo detector de metais e, os nossos pertences, pelo raio-x. Quase nada é permitido carregar pelo passeio, então atente-se às instruções no site. O ideal é levar apenas uma bolsa pequena com o essencial, como celular, documentos e carteira.


Logo, chegamos à sala de espera onde os integrantes do grupo vão se acomodando enquanto aguardam o início da excursão. Lá é o único lugar em que é permitido tirar fotos (e usar o celular, no geral), e tem até um parlatório com o símbolo do Pentágono e do Departamento de Defesa para isso. No espaço há também uma lojinha de souvenirs, banheiros - aconselho ir ao banheiro neste momento, pois durante a tour é bem mais complicado - e um guichê no qual deve ser realizado o check in com um dos agentes, para indicar que você está lá.


O parlatório na sala de espera.

Uns cinco minutos antes do horário marcado somos chamados para entrar numa sala, onde os guias, todos militares, se apresentam e dão algumas orientações. A principal, para mim, foi uma hora que eles recomendaram altamente desligar o celular, pois se ouvissem qualquer toque ele seria confiscado e entregue meses depois em milhares de pedacinhos. Claro que estavam brincando - espero -, mas é melhor não bobear.


Dois nos acompanharam pelo trajeto, sempre andando de costas e com os olhos no grupo. Apesar dessa rigidez toda que o ambiente exige, eles eram bem educados e gentis e se colocavam à disposição para responder qualquer dúvida. Um era da força aérea e outro era do exército. Caminhamos para cima e para baixo por extensos corredores que pareciam parte de um museu, com vários painéis contendo objetos, fatos e homenagens, enquanto eles nos contavam um pouco da história, curiosidades e como funciona o prédio. É legal ver como o Pentágono é um lugar quase que autônomo, praticamente uma cidade! Lá dentro tem restaurantes, lojas, hospital, academia, bancos... Não precisa sair de lá para quase nada.


Próximo do fim do passeio, os guias nos levaram até o local atingido pelo avião no ataque do 11 de setembro. A área afetada é hoje um memorial dedicado às vítimas. É de arrepiar. A gente percebe o quão marcante e doloroso é esse acontecimento para os estadunidenses. Algumas pessoas do grupo choraram. Sendo americano ou não, é impactante.


No final do tour de aproximadamente 1 hora, nossos simpáticos guias se despediram e nós saímos pela única porta possível, que dá para um grande estacionamento. Andamos e andamos até entender onde estávamos indo (ainda restrito o uso de celular na região), até que chegamos em uma avenida que dava de frente a um... shopping! No caso, era o The Fashion Centre at Pentagon City, e passamos o resto da tarde por lá e em outras lojas próximas, como uma Best Buy.


Para quem não pretende fazer compras, vou deixar uma lista de coisas interessantes para conhecer por ali:


- Cemitério de Arlington (cemitério militar para lembrar homens e mulheres que prestaram serviço aos Estados Unidos, por isso é muito simbólico aos americanos. Lá se encontra a sepultura do presidente John F. Kennedy);

- Alexandria (cidade super charmosa, berço do primeiro presidente americano George Washington);

- King Street, em Alexandria;

- Waterfront Park, também em Alexandria.


Dia 7

Começamos com um ponto que não tivemos tempo de fazer no nosso primeiro dia na capital. Provavelmente o mais representativo da cidade. A Casa Branca. Ela tem duas fachadas, mas aparentemente só temos acesso à fachada norte (tentamos e tentamos, mas não conseguimos nem chegar perto da sul). É aquela da imagem que a gente tem da Casa do Presidente. Um grande e belo jardim rodeia o edifício de inspiração neoclássica. E é claro, muitos seguranças.



Em frente, além dos vários turistas, o que pode tornar difícil a tarefa de tirar uma foto "clean", alguns artistas e protestantes que já até fazem parte do cenário. A atmosfera fica bem legal por conta dessa diversidade. O acesso para chegar ao local é apenas para pedestres e ciclistas. Andar de carro pela cidade pode não ser conveniente na maioria das vezes.


Depois tentaríamos fazer uma visita guiada ao Capitólio, que estava fechado quando fomos ao National Mall. Porém, uma das minhas amigas não estava se sentindo bem e nós resolvemos voltar para o hostel. Iríamos aproveitar e arrumar as bagagens para seguir viagem rumo a Nova York no dia seguinte. Nem imaginávamos, mas este seria o início de uma grande história e aventura que vivenciamos nesta viagem.


Deixo aqui uma lista com outros passeios, que não tivemos tempo de fazer, mas valem muito a visita:


- Georgetown (um bairro muito charmoso de Washington. Tem uma linha do Circulator que passa lá);

- Washington Harbor, em Georgetown;

- Wisconsin Avenue e M Street (as duas principais vias de Georgetown);

- Chesapeake and Ohio Canal;

- Washington National Cathedral;

- Newseum (museu dedicado ao jornalismo - $ 24.95);

- Old Post Office Museum (o correio, que tem uma torre com uma bela vista).


Dia 8

Pegaríamos o ônibus na Union Station para Nova York. Como mencionado acima, no entanto, tivemos um imprevisto e precisamos ficar um dia a mais em Washington. Quer saber o que foi essa aventura? Então clique para ver esse post aqui. E é por causa dos imprevistos que é muito importante contratarmos um seguro viagem. A gente nunca sabe quando pode acontecer - por isso são "não previsíveis", ahá! Neste link você pode comparar e contratar a melhor cobertura para você com 10% de desconto.


Dia 9

Washington - Nova York


Agora sim, de fato, a nossa ida para Nova York. Esse trecho já é mais demorado - cerca de 5 horas e meia - e, contando com o atraso de uma hora para a saída do ônibus em D.C., chegamos em NY quase no final da tarde. Por lá, nos hospedamos em uma região bem movimentada em Koreatown. Duas quadras para baixo do Empire State, entre a 5ª e a 6ª Avenida. Excelente, não?


E nos arredores do nosso apê...

A primeira coisa que fizemos depois de nos acomodar no quarto foi procurar um lugar para comer. Estávamos sentindo falta de comida de verdade e, para nossa sorte, pertinho do nosso prédio havia um restaurante-café, o Speedy's, com refeição self service a $ 10,99 a libra (cerca de 450 gramas). A comida era ok, mas longe de ser aquela com a qual estamos acostumados - aliás, que nem o sabor brasileiro, não tem igual.


Uma das únicas "comidas de verdade" em duas semanas de viagem.

À noite, como a área era bastante servida de atrações e coisas a fazer, ficamos só batendo perna e conhecendo os arredores.


 


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© 2019 por Isadora Dueti.

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