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Roteiro de uma semana no Chile: Santiago e Farellones

Foto do escritor: Isadora DuetiIsadora Dueti

Atualizado: 27 de jan.

Minhas experiências e descobertas além do tradicional em Santiago e Farellones: um roteiro de seis dias inteiros cheio de cultura, história e paisagens deslumbrantes


Skyline de Santiago
Vista de Santiago com a Cordilheira dos Andes ao fundo

Dizem que 80% da população brasileira esteve no Chile em 2024. A estatística dos memes da internet pode até parecer um tanto quanto exagerada, mas uma coisa é fato: todo mundo conhece alguém que foi para o país andino este ano. E não é à tôa: a grande oferta de voos e as frequentes promoções de passagens aéreas realmente têm atraído um grande número de turistas brasileiros.

Se você está em busca de uma aventura invernal incrível, Santiago e Farellones são destinos imperdíveis. Com uma mistura perfeita de cultura, gastronomia e paisagens deslumbrantes, a capital chilena é o ponto de partida ideal para explorar a neve nas montanhas próximas. Em apenas uma semana, você pode mergulhar na vibrante vida urbana de Santiago, com seus charmosos parques, museus e vinícolas, e curtir Farellones, onde a neve e a beleza dos Andes prometem uma experiência inesquecível.

Neste roteiro de uma semana, vamos explorar atrações únicas, desde os encantos da cidade até a adrenalina e a magia da neve na montanha. Prepare-se para desfrutar de pratos típicos, relaxar em cenários de tirar o fôlego e criar memórias que durarão para sempre!


Dia 1

Chegada em Santiago

Saí de Brasília rumo a Santiago numa quinta-feira de manhã. O voo, da Latam, era direto e durou cerca de 4 horas. Durante a viagem foi servido um lanche com sanduíche, frutas e bebida.

Chegando no Aeroporto Internacional Arturo Merino Benitez, seguimos para a imigração. A fila demorou um tanto, mais de uma hora. Na nossa vez, a agente perguntou o número do nosso voo e onde iríamos ficar, carimbou nosso passaporte e entregou o papel da PDI (Policía de Investigaciones do Chile). ATENÇÃO!! Guarde muitíssimo bem esse papel, pois você precisará apresentá-lo na saída do país.

Aventureira que sou (e viajante que gosta de colecionar perrengues), fui do aeroporto ao meu hotel de transporte público - o que por si só não é lá uma grande aventura, mas o fato de eu estar sem internet fez ficar (mais tarde descobri que eu só precisava ter reiniciado o celular para os dados móveis do eSim funcionarem hehe), já que eu acabei descendo no ponto errado e ainda por cima não tinha um peso chileno sequer em espécie para pagar o metrô (usei o Turbus para sair do aeroporto e finalizei o trajeto de metrô).



Como é nos perrengues que a gente conhece a gentileza - ou não - das pessoas locais, foi assim que tive a oportunidade, tão logo, de descobrir que não seria muito difícil me virar no país com tamanha hospitalidade dos chilenos. Um funcionário do metrô acabou deixando a gente passar sem pagar e explicou a baldeação que faríamos para chegar ao nosso destino. No final, tudo deu certo.

Nos hospedamos no Ibis Budget Santiago Providência. De todos os hotéis da rede que já me hospedei, principalmente considerando a categoria budget, este definitivamente foi o melhor de todos (destaque para a localização e a comida do restaurante do hotel)! Depois do check in, apenas deixamos nossas bagagens no quarto e descemos para almoçar. Pedimos um menu del día: veio croquete de frango de entrada (uma delícia!!!), carne ao molho e arroz de prato principal, salada de frutas de sobremesa e um chá gelado de bebida. Tudo isso por cerca de R$ 66,00 (você pode ver todas as minhas refeições e os valores no destaque "Chile 1" do meu Instagram @isasevindas).

No final da tarde fomos para a Avenida Pedro de Valdivia, onde há algumas casas de câmbio, para comprar pesos em espécie. Depois, andamos um pouco pelo shopping Costanera Center (mesmo lugar onde fica o Sky Costanera) e finalizamos a noite comendo pizza ao lado do hotel, na Melt Pizzzas (a de marguerita com pesto foi uma das melhores que já comi!).


Dia 2

Bellavista e Centro


Nosso primeiro dia em Santiago começou com uma visita ao Cerro San Cristóbal, um dos pontos mais icônicos da cidade. Chegamos até lá de ônibus, o que facilitou bastante o deslocamento, e subimos o cerro de teleférico. A vista lá de cima é simplesmente espetacular! Dá para ver a cidade se estendendo até o horizonte, com a Cordilheira dos Andes ao fundo, emoldurando a paisagem. No topo, fomos até a estátua da Virgem Imaculada, que é uma das principais atrações do cerro. Após admirar a paisagem e tirar muitas fotos, descemos de funicular, uma forma divertida e histórica de completar a visita.

Logo na entrada do funicular fica o Zoológico Nacional, e não resistimos a dar uma passada por lá para ver as fofíssimas lhamas. Vale a pena para quem gosta de passeios mais tranquilos.



Depois da visita ao zoológico, caminhamos pelas ruas vibrantes do bairro Bellavista até chegar a uma parada de ônibus. No caminho, garçons de vários estabelecimentos nos abordaram convidando para almoçar em seus restaurantes. Apesar das ofertas, continuamos o trajeto e pegamos o ônibus até o centro de Santiago.

Ao chegar no centro, almoçamos no Patio Comidas, onde pedi um menu completo com entrada, prato principal, sobremesa e bebida. Infelizmente, acabei me arrependendo um pouco da escolha de almoçar lá, porque a batata frita estava bem gordurosa, o que tirou um pouco da experiência. Mas faz parte das aventuras gastronômicas de viagem, né?

Após o almoço, seguimos explorando o centro da cidade. Visitamos o Museo de Bomberos, onde conhecemos a história dos Bombeiros Voluntários de Santiago - um excelente passeio fora da rota turística tradicional. Passamos pela colorida Paseo Bandera, uma rua cheia de arte e cor, e visitamos o imponente Palácio La Moneda, a sede do governo chileno. Aproveitamos para dar uma olhada nas exposições no Centro Cultural La Moneda, que fica logo embaixo do palácio e oferece uma dose de arte e história para os visitantes.



Para fechar o dia com chave de ouro, à noite, fomos ao Bar Restia, um karaokê que ficava convenientemente ao lado do nosso hotel. Foi uma experiência super divertida, especialmente porque éramos as únicas turistas no local! Até nos aventuramos no microfone, cantando "K.O." da Pabllo Vittar, mas, infelizmente, ninguém parecia conhecer a música (risos).


Dia 3

Santa Lucía e Lastarria

No segundo dia, começamos explorando a Feira Artesanal Santa Lucía, uma boa parada para quem busca lembrancinhas e artesanatos por um preço razoável. A feira é cheia de peças interessantes, desde joias feitas à mão até roupas tradicionais chilenas. Porém, após andar por algumas barraquinhas, os produtos parecem se repetir; então é um artesanato de escala mais "industrial".

Após explorar a feira, fomos ao charmoso bairro de Lastarria, que fica bem em frente. almoçamos por lá, no restaurante Tres Valles. A comida estava ótima, mas o pedido demorou bastante para chegar. O bairro é conhecido por seus restaurantes e cafés aconchegantes, e a atmosfera boêmia é contagiante. Durante o passeio, também visitamos a Parroquia de la Veracruz, igreja que foi incendiada nos protestos de 2019, um marco que ainda carrega as cicatrizes desse momento da história recente do Chile. Depois do almoço, não resistimos a uma parada no famoso Emporio La Rosa, que está entre as melhorias sorveterias do mundo!



Mais tarde, subimos o Cerro Santa Lucía. A vista lá de cima é linda, e o parque ao redor oferece uma tranquilidade rara em meio ao agito da cidade. Aproveitamos para caminhar por seus jardins e admirar a arquitetura histórica. De lá, seguimos para o Museu Nacional de Bellas Artes, uma verdadeira joia cultural de Santiago, com uma rica coleção de arte chilena e internacional.

Para encerrar o dia, jantamos no Crugente Marraquetería, o restaurante que fica no Hotel Ibis Budget, onde pedi um sanduíche delicioso.



Dia 4

Los Dominicos e Vinícola

No terceiro dia em Santiago, começamos a manhã pegando o metrô em direção a Pueblito Los Dominicos, uma encantadora vila de artesanato tradicional localizada no bairro de Las Condes. No coração desse complexo está o Centro Artesanal Los Dominicos e a Iglesia de San Vicente de Ferrer, uma charmosa igreja que remonta à época colonial. Aproveitei para fazer umas comprinhas de peças únicas e artesanais, e almocei por lá mesmo. Escolhi experimentar o tradicional pastel de choclo, um prato típico chileno à base de milho, que estava delicioso.



Após a manhã no Pueblito, pegamos um Uber até a vinícola Cousiño Macul, onde participamos de um tour diferente e divertido: o bike tour pela vinícola. Foi uma experiência única, pedalando entre as vinhas enquanto aprendia mais sobre o processo de produção dos vinhos locais. No final da visita, passamos pela loja da vinícola e eu comprei uma garrafa de vinho chamado Isidora, que, coincidentemente, é a versão chilena do meu nome – um achado muito especial!



Depois da vinícola, seguimos para o Templo Bahaí, mas infelizmente chegamos tarde demais. Apesar de o templo fechar às 18h, a entrada só é permitida até as 17h, então tivemos que deixar a visita para uma próxima oportunidade. Pegamos um Uber até uma estação de metrô próxima e voltamos ao hotel para deixar nossas compras.

Já no início da noite, seguimos mais uma vez de carro de aplicativo até a Loja de Neve, onde alugamos as roupas para os próximos dois dias, que seriam dedicados a explorar Farellones e curtir a neve. Voltamos para o hotel e jantamos por lá novamente.


Dia 5

Farellones - Neve e um pôr do sol inesquecível

 

Dia dedicado a explorar as maravilhas de Farellones! Logo pela manhã, pegamos o café da manhã preparado sob pedido pelo hotel e partimos de transfer privado, em um grupo de três pessoas. Chegamos em Farellones e, depois de deixar as bagagens no Hotel HF, onde nos hospedamos por uma noite, seguimos direto para o Parque Farellones, que ficava convenientemente em frente ao hotel.



Ao chegarmos, o parque estava bastante movimentado, com grandes filas, tanto para entrar quanto para as atrações. Decidimos tentar a tirolesa, uma das principais atrações, mas a fila estava extremamente longa. Para distrairmos enquanto esperávamos, improvisamos brincadeiras na neve: fizemos nosso próprio boneco de neve e até descemos em um "skibunda" improvisado pelas crianças que brincavam no local. Porém, depois de mais de duas horas na fila e ainda na metade do caminho, acabamos desistindo da tirolesa naquele momento e decidimos explorar o parque.

Passamos a tarde caminhando pelo parque e curtindo a neve, sem pressa. Por volta das 15h, quando as vans das agências começaram a voltar para Santiago, subimos de teleférico até a entrada superior, onde finalmente conseguimos aproveitar a tirolesa com uma fila muito mais rápida.



Já próximo do horário de fechamento do parque, saímos e almoçamos em um restaurante que fica logo ao lado. Com o cair da tarde, atravessamos a rua para admirar o pôr do sol sobre a cordilheira nevada. O espetáculo das cores refletindo nas montanhas cobertas de neve rendeu um dos momentos mais incríveis da viagem.



À noite, fomos explorar o vilarejo de Farellones. A vila, coberta pela neve e iluminada pelo luar, era uma visão mágica – uma das mais belas paisagens que já vi na vida! À medida que a noite avançava, o vento ficou mais gelado, então decidimos voltar para o hotel, que tinha um charme rústico de montanha. Fizemos o check-in, nos acomodamos no quarto e, após o jantar (que estava incluso na diária), dormimos imersos nessa atmosfera tranquila e rodeados por um cenário espetacular.



Dia 6

Farellones - Aventura e emoção nas alturas

O dia começou cedo em Farellones, por volta das 7h, quando o sol começava a nascer. Fomos até a varando do hotel para assistir ao espetáculo. Não conseguimos ver o sol diretamente, pois ele surgiu por trás das montanhas, mas foi incrível acompanhar o céu ganhando cor até se transformar em um azul claro.



Tomamos o café da manhã no hotel, que começava às 8h30, e logo seguimos para o Parque Farellones, com a intenção de começar o dia com uma aula de ski. Porém, as filas na bilheteria estavam longas e, após mais de uma hora, fomos informados de que só teriam aulas disponíveis para às 15h. Resolvemos alugar os equipamentos de ski em uma cabana em frente ao parque e decidimos nos arriscar sozinhas no esporte, mesmo sem nenhuma experiência - e que risco, hein? 😅.

As tentativas foram repletas de quedas, mas muito divertidas. A melhor parte foi perceber que não estávamos sozinhos – várias pessoas ao redor também estavam tentando aprender ski sem nenhuma ideia de como proceder! Depois de mais de duas horas de tentativas, resolvemos devolver os equipamentos enquanto meu amigo descia a pista de snowboard. Depois, nos encontramos para explorar outras atrações, desta vez na área da entrada inferior do parque.



Fomos no tubing, que foi divertido, mas muito rápido – mal começava a ficar emocionante e a descida já acabava! Aproveitei para comprar um salgado e uma água enquanto esperava a atração, já que foi o único dia da viagem em que não almocei. Mas a grande emoção do dia foi o trenó de bandeja, ou skibunda. Pegamos nossas bandejas e subimos até o ponto de largada. Após observar algumas pessoas, me arrisquei: dei um impulso, tirei o pé do chão e a bandeja ganhou uma velocidade impressionante! Comecei para o lado errado, fazendo uma curva inesperada em direção às máquinas de neve, mas consegui manobrar colocando os pés no chão, o que tornou a descida ainda mais emocionante. Depois de pegar o rumo certo, desci num grande embalo, ouvindo gritos de “FREIA!!” desesperados lá de baixo, o que me fez rir muito da situação toda.

Com o parque prestes a fechar, subimos de teleférico e fomos brindados com uma das vistas mais lindas da viagem. Uma névoa densa cobria Santiago, criando um mar de nuvens entre os picos nevados da Cordilheira dos Andes – uma paisagem de tirar o fôlego.



Ao final do dia, fizemos check-out no hotel e pegamos o transfer de volta para Santiago. Chegando à cidade, devolvemos nossas roupas de neve e voltamos ao hotel Ibis, onde jantamos e, exaustas, aproveitamos para descansar. Afinal, neve e altitude são encantadoras, mas também muito cansativas!


Dia 7

Barrio Yungay


O último dia de roteiro foi dedicado a conhecer o charmoso Bairro Yungay. Começamos a jornada pegando o metrô e descendo na estação Quinta Normal, que dá acesso ao parque de mesmo nome. Esse parque é conhecido por abrigar uma diversidade de museus, sendo alguns deles gratuitos. Nossa primeira parada foi no Museu Nacional de História Natural, onde exploramos diversas exposições interessantes e mergulhamos um pouco mais na rica biodiversidade do Chile.

Depois, passeamos pelo Parque Quinta Normal, apreciando a vegetação com o cenário espetacular da Cordilheira dos Andes ao fundo. No meio do caminho, uma bela arquitetura nos chamou a atenção: a Basílica de Lourdes, imponente e charmosa, enriqueceu ainda mais nosso passeio.



Continuamos a explorar o bairro, encantados com as artes urbanas, murais coloridos e ruas charmosas. Almoçamos no restaurante Zarita, um peruano de decoração vintage incrível, que trazia um ambiente aconchegante e pratos deliciosos.

À tarde, seguimos para um dos momentos mais impactantes da viagem: a visita ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos, localizado em frente ao Parque Quinta Normal. Apesar de ser um passeio mais denso e emocional, foi uma experiência extremamente importante para refletir sobre a história recente do Chile e da América Latina. O museu guarda a memória das violações dos direitos humanos durante a ditadura chilena, sendo um lembrete de que a história não deve ser esquecida e muito menos repetida.



Já no final da tarde, peguei o metrô e fui até o Costanera Center para viver uma experiência cultural que considero imperdível em qualquer viagem: visitar um supermercado! Até então, ainda não tinha tido a oportunidade de explorar esse lado no Chile. No Costanera Shopping, há uma grande unidade do Supermercado Jumbo, e foi interessante ver a diversidade de produtos locais.

Para encerrar o dia, voltei ao hotel, onde jantei e arrumei minhas malas. Era hora de começar a me despedir de Santiago, pois no dia seguinte eu retornaria ao Brasil.


Dia 8

Retorno ao Brasil


Sempre digo que este é o único dia ruim da viagem: o de ir embora 😭. Tomamos café da manhã e pegamos Uber para ir para o aeroporto (teria como ir de transporte público, fazendo o caminho inverso do dia que chegamos, mas por estarmos carregando bastante bagagem, preferimos a opção mais confortável). Como Uber no Chile não é exatamente regulamentado, o motorista nos deixou dentro de um estacionamento no aeroporto e nos explicou como chegar até o embarque; foi tranquilo.

Chegamos com bastante tempo de antecedência e gastamos nossos últimos pesos chilenos nas lojinhas da sala de embarque. Já no avião, prestes a decolar, olhei a paisagem da cidade emoldurada pela cordilheira e, antes mesmo de partir, já comecei a sentir saudades das experiências que vivi nesse país maravilhoso e de pessoas tão gentis ❤




Este foi o meu roteiro de uma semana em Santiago e Farellones. Todos os passeios, com exceção da tour na vinícola e o Parque Farellones, foram gratuitos. Para mais dicas, registros de vídeos e saber os detalhes de quanto gastei com alimentação por lá, é só visitar o destaque "Chile 1" no meu Instagram @isasevindas. No reels com o roteiro da viagem, também coloquei sugestões de outros lugares para conhecer em Santiago além daqueles aqui mencionados.

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© 2019 por Isadora Dueti.

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