Um guia com tudo o que você precisa saber antes de fechar um.

Melhor ter e não precisar usar do que precisar e não ter. Este é o princípio do seguro viagem. Não é só porque a gente se abstrai da realidade por um tempo que ela se abstrai da gente. Imprevistos podem acontecer com qualquer pessoa e em qualquer lugar, não importa a experiência do viajante. Mas se nós nos prevenirmos em relação a eles, podemos viajar bem mais tranquilos.
Ok, se você tá lendo este post já tem consciência disso. A questão é que surgem muitas dúvidas na hora de contratar um e é importantíssimo esclarecer todas elas. Depois, são tantas coberturas e empresas diferentes que a gente fica mais perdido ainda. Sem contar que achar alguém que precisou acionar e teve uma boa experiência não é coisa fácil, o que nos leva apenas a rezar e esperar que a gente não precise dele, mas, se precisar, que a assistência seja confiável e preste um bom atendimento.
Para facilitar, eu reuni aqui todas as principais dúvidas que eu tive e vejo sobre seguro viagem e que você deve ter bem compreendidas antes de contratar o seu. E, no final, um guia prático para quem não sabe por onde começar (assim como eu não fazia ideia).
Afinal, seguro viagem é obrigatório?

Depende. Cada país tem a sua regra e particularidade quanto a isso. A maioria dos países da Europa, por exemplo, exigem um seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros (aqueles que participam do Tratado de Schengen). Na América Latina, o seguro é obrigatório para a Cuba e a Venezuela, e por aí vai. Para saber se ele é exigido no seu destino (e com quais condições), o melhor a fazer é pesquisar. Se tiver dúvidas e quiser informação de uma fonte oficial, entre em contato com o consulado do país aqui no Brasil.
Independentemente da obrigatoriedade, eu acho o seguro indispensável para qualquer viagem ao exterior (e também pode ser importante para as nacionais, afinal, ele não cobre só despesas médicas). Nos Estados Unidos não é obrigatório, mas o sistema de saúde lá é caríssimo, podendo uma diária no hospital chegar a 5 mil dólares! Ou seja, se você precisar de uma cirurgia rápida e não tiver um, pode voltar com uma dívida bem alta.
Eu achava que nunca precisaria dele, mas quem acompanhou o blog aqui sabe que na minha última viagem, a amiga que estava comigo precisou passar por uma cirurgia de apendicite quando a gente estava em Washington. E aí bendito seja o seguro viagem. É o tipo de economia, portanto, que não vale a pena, até porque é um dos menores gastos da viagem.
Seguro viagem x Seguro saúde
Existem vários planos com finalidades (e denominações) diferentes e é importante saber qual é o melhor para você. Normalmente se fala em seguro viagem, mas os termos não representam a mesma coisa. O seguro viagem funciona como um pacote que você contrata para estar coberto nos casos dos mais variados imprevistos. Ele vai desde a assistência médica, odontológica, farmacêutica e jurídica até garantia em caso de roubo, furto, extravio, cancelamento de viagem até invalidez ou morte acidental.
Ele cobre os eventos imprevisíveis que podem ocorrer enquanto estiver viajando (desde que esteja dentro do plano contratado). Ou seja, situações de emergência ou urgência. Uma consulta médica de rotina, por exemplo, estaria descartada. Já o seguro saúde, como o próprio nome diz, se restringe apenas a tratamentos médicos, funcionando de forma semelhante a um plano de saúde.
O primeiro é o recomendado para quem ficará temporariamente fora, já o seguro saúde pode ser mais indicado para quem vai passar um bom tempo em outro país, como para fazer um intercâmbio de maior duração (em alguns lugares, inclusive, ele é exigido). Como a minha experiência é de viajante, vou considerar aqui sendo o seguro viagem.
O que ele deve cobrir?
Existem desde pacotes mais simples até os mais completos. É importante identificar quais as suas necessidades e possíveis imprevistos de acordo com a sua viagem. O básico é a cobertura com despesas médicas de urgência, mas há muitas outras prevenções para ficar atento. Se tiver viajando com objetos de alto valor, como câmera e notebook, seria bom incluir garantia em caso de roubo. Se for praticar esportes radicais durante o passeio, contrate um que cubra incidentes decorrentes de atividades do tipo, e assim vai.
No meu caso, como não viajo com muito dinheiro sobrando, penso que o seguro deve me amparar para as mais diversas situações, porém sem ser caro, porque economizar para mim é importante. Busco sempre o melhor custo-benefício. Para uma viagem sem eventos ou condições extraordinárias, eu considero as seguintes coberturas: assistência médica, odontológica e com despesas farmacêuticas; interrupção ou cancelamento de viagem em caso de emergência; acompanhante e prolongamento da viagem se necessário; traslado médico; repatriação, que garante o retorno do viajante ao Brasil no caso de acidente ou doença; assistência jurídica; extravio de bagagem, dentre outros.

Cabe a cada um decidir qual é o melhor para si (e espero que esse guia possa ajudar nisso). O meu conselho aqui é pesquisar e ler de verdade toda a cobertura que se aplica, sem aquela coisa que a gente costuma fazer de clicar em "Li e aceito os termos e condições" sem nem ter lido. Ninguém quer ter a desagradável surpresa de descobrir que o seguro não cobre uma necessidade no exato momento que precisar dele. Então pense em tudo que você fará durante a viagem, o que pode dar errado e os imprevistos que você não teria condições para bancar e coloque na balança.
Qual deve ser o valor da cobertura?
Bem, quem já comparou seguros sabe que há uma diferença enorme nos valores das assistências. Normalmente, o número que aparece diz respeito à cobertura médica, que é, de fato, uma das maiores despesas que se pode ter em relação a imprevistos mundo afora. Por isso, esse é o meu ponto de partida: pesquisar sobre os custos com emergências de saúde no meu país de destino. Muitos não oferecem sistema público e gratuito, e alguns deles possuem os mais caros que a gente possa (ou não) imaginar, como os Estados Unidos.
Então eu levo em consideração desde as consultas médicas, medicações e internações até procedimentos cirúrgicos que precisariam ser realizados com emergência sem que possa esperar a volta ao Brasil, como foi o caso da cirurgia de apendicite (no caso de viagens curtas). O seguro só cobrirá até o valor contratado, então procure um que possa se encarregar de qualquer eventualidade.
Alguns dos outros itens não variam tanto de plano para plano, mas veja se algum pode ser mais específico para você e se informe para que todos sejam realmente suficientes para aquela situação. Sempre compare os planos (falarei mais sobre isso adiante).
Se atente para os casos específicos
Existem alguns casos específicos que você deve atentar se é o seu, pois muitos planos básicos não têm tal cobertura. Se você irá praticar esportes radicais, isso deve estar no contrato, pois caso se machuque esquiando, por exemplo, e não tiver, o seguro não poderá cobrir. Outras situações particulares comuns podem ser: idade, gravidez e doença preexistente. Se tiver algo em relação a você ou à sua viagem que deve considerar com atenção, entre em contato com a seguradora para saber se o pacote possui a garantia da qual precisa.

Atendimento direto ou reembolso?
ATENÇÃO!! Em caps lock e negrito porque vejo que essa é uma das principais reclamações sobre seguro de quem precisou usar. Saber a forma que a seguradora irá te atender, se houver necessidade, é essencial. Em relação ao pagamento, ela pode te prestar assistência imediata sem você precisar desembolsar qualquer valor para ser atendido, indicar uma clínica conveniada ou encaminhar um médico para te avaliar, ou funcionar por reembolso: você paga, guarda os comprovantes e depois eles te retornam a quantia.
A primeira é a mais indicada, pelo menos para mim e para quem não teria dinheiro para custear uma conta alta de hospital no exterior. Além disso, é como a minha mãe, que foi bancária por 30 anos, sempre me disse: a seguradora sempre vai dificultar ao máximo para te pagar (seja de viagem, de vida, de carro...). Então já vi muita gente reclamar que nunca foi reembolsado pela empresa (e já digo para guardar qualquer documento e comprovante caso venha a ter um gasto assim durante a viagem).
Para saber como o seguro atende, leia todo o contrato, identifique essa parte e entre em contato com a seguradora para confirmar.
Quanto custa um seguro viagem?
Acredite, muitíssimo menos do que você poderia gastar caso tivesse um incidente. O valor depende do destino, da duração da viagem e da cobertura do plano. Só para ter uma noção, quando pesquisei o meu para os Estados Unidos, sendo uma viagem de 17 dias, tinham seguros desde R$ 120 (valor total) até 700 e poucos reais ou mais. Um seguro razoável (para o meu tipo de viagem) custava cerca de 200 reais. Ou seja, foi um dos menores gastos da viagem.
E aí varia de onde você escolher contratar, também. Eu pesquisei muito para descobrir que o mesmo plano, da mesma empresa, tinha preços muitíssimos diferentes de um lugar para o outro. Onde eu achei o melhor valor foi nos comparadores de seguro viagem, tipo "a Decolar" dos seguros. Nas agências de viagens e pelo site da própria seguradora estavam bem mais caros. O que eu usei e indico, até porque deu tudo certo, foi o da Real Seguro Viagem.
Posso usar o seguro do cartão?
Alguns cartões de crédito oferecem a assistência viagem gratuitamente, mas isso não significa que não precisa ter os mesmos cuidados antes de contratar. Normalmente existem alguns requisitos para essa cobertura, como o tipo de cartão (Platinum, Ouro, etc) e tê-lo usado para reservar a viagem/vôo. Se atente também para a cobertura (se inclui tudo o que precisa) e a forma de atendimento (assistência direta ou reembolso). Em qualquer caso, contacte a empresa do seu cartão para saber as condições.
Como saber se uma seguradora é confiável?
Outra dúvida muito comum que eu vejo em grupos de viagem. "Sabem se tal empresa é confiável?" ou "alguém já precisou usar esse seguro x e indica?". A resposta para isso não é universal. Eu posso falar sobre a seguradora que eu acionei e fui bem atendida, mas existem mil outras no mercado e que talvez te interessem mais. Porém, se você tiver alguns cuidados e fizer uma pesquisa antes, pode minimizar os riscos e fechar mais confiante. Essas são as minhas dicas:
Contrate de seguradoras conhecidas
Se ninguém nunca ouviu falar ou teve alguma experiência com a empresa, vai ficar difícil saber e avaliar, né? Algumas das mais conhecidas são: Travel Ace, Assist Card, Mondial, GTA, dentre outras (o site da Real mesmo trabalha com as principais seguradoras).
Avalie a reputação
O que era de nós, consumidores, antes do Reclame Aqui? Não sei porque quando ainda não existia eu era muito nova para me estressar com o serviço das empresas, mas ele vai ser a nossa mão na roda. Pesquise sobre as seguradoras e analise a reputação (vale também para as já conhecidas). Isso significa que todas (pelo menos as grandes) terão reclamações sobre, então o conselho é observar quais tem menos e o índice de solução delas (se a empresa não solucionou a maioria, então este pode ser um mau sinal).
Entre em contato
Imagine ter um imprevisto durante a viagem e, na hora de acionar, descobrir que o atendimento da seguradora não funciona bem? Não dá para acontecer, né. Pois a melhor forma é testar o serviço que pretende contratar. Ligue para a seguradora, tire qualquer dúvida que tiver, pergunte como é feito o acionamento caso precise e veja quais são os meios pelos quais você pode fazer isso. O do meu último seguro (Travel Ace), por exemplo, podia ser por telefone internacional (gratuito), aplicativo ou WhatsApp. O nosso primeiro contato foi pelo app da Travel Ace e fomos respondidas no mesmo instante. Ah, e foi tudo com atendente que falava português.
Enfim, como comparar e contratar o melhor para mim?
Eu realmente amo como a internet veio para facilitar a nossa vida. Se antes seria necessário pesquisar um por um, de agência por agência, hoje a gente pode ver tudo num só lugar. O melhor (pela experiência que eu tive e depois de muito pesquisar) é procurar nos sites comparadores de seguro viagem. Vou mostrar aqui de acordo com o site da Real porque é o que uso.
1. Entre no site e preencha os campos com o destino, a data de partida (dia do embarque no local de origem) e a data de retorno (quando efetivamente chegará no Brasil/retornará). Tendo como exemplo a minha última viagem: o meu embarque no Brasil era dia 02/04, mas eu só chegava nos EUA no dia 03. Na volta, a mesma coisa: saía de lá no dia 17/04, mas só chegava no Brasil no dia 18. Sendo assim, o meu seguro deveria cobrir do dia 02 ao dia 18/04.
2. Coloque as suas informações de contato (e-mail e telefone). Uma equipe da Real entrará em contato com você para te informar sobre o seguro, porque é normal ter dúvidas, assim como é mais comum do que se imagina contratar um equivocadamente, tipo sem reparar nos casos específicos que mencionei acima.
3. Daí, vão aparecer os pacotes disponíveis, desde os mais baratos até os mais caros, com informações como: a seguradora responsável, tipo de plano e o preço para a sua viagem.

4. Clique em "Ver todas as coberturas" para saber tudo o que aquele plano abrange, incluindo os valores cobertos pela assistência. Você vai notar como eles são diferentes entre si, então é aquela coisa de sempre: leia atentamente e procure um de acordo com o que precisa.

5. Quando tiver escolhido o seu, é só clicar em "Comprar" e completar com os dados restantes. Não precisa ter pressa para fechar no mesmo dia, pesquise e compare o quanto for necessário. O seguro pode ser contratado até um dia antes do embarque, mas considere que alguns podem ter um tempo de "carência", conseguindo acioná-lo somente algumas horas/dias depois da compra.
Comparando por este link da Real Seguro aqui do blog, você tem 10% de desconto e ainda apóia a criação de conteúdo do site (se você gosta, claro - eu espero que sim hehe). Mas claro que existem outros sites, empresas e meios por onde você pode contratar. Independetemente da sua escolha, tenha em mente sempre que cada pacote é diferente um do outro. O importante é pesquisar direitinho para fechar o que seja melhor para você e com uma empresa de confiança.
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