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Road trip Califórnia + Las Vegas

Foto do escritor: Isadora DuetiIsadora Dueti

Atualizado: 29 de nov. de 2024

Uma viagem de carro pela costa mais bonita que eu já vi - com direito a um desvio de caminho igualmente encantador.



Um pôr do sol alaranjando o céu sobre as silhuetas das longas palmeiras de um calçadão que findam num píer com um pequeno parque de diversões. Foi um cenário desses que me fez cair na real: "caramba, eu tô mesmo na Califórnia!". Além dessa imagem tipicamente californiana, porém, o Golden State me reservava agradáveis surpresas ao longo do caminho. Das praias da costa oeste às montanhas cobertas de neve e das fazendas de plantações a um extenso deserto e cenários típicos de faroeste, eu nem imaginava conhecer paisagens tão diferentes entre si numa mesma viagem de apenas alguns dias.


Entre fevereiro e março de 2015, eu e meus pais fomos visitar o meu irmão que fazia intercâmbio em San Diego, na Califórnia. Como a viagem não é recente, vou compartilhar aqui apenas dicas que podem ser úteis ainda hoje (e qualquer valor que aqui tiver é atualizado, datando de out/2019).


A escolha do roteiro

Por um tempo eu até cheguei a pensar que tínhamos proposto algo meio impossível, mas quando tudo deu certo vi que foi a escolha certa. É que durante o nosso planejamento, procurei e procurei, mas não achei nada parecido com o que queríamos, uma road trip desafiadora passando por muitos lugares em apenas 12/13 dias. Bem, numa viagem dessas definir o roteiro é com certeza a parte mais difícil (pelo menos eu achei). Quando você tem pouco tempo para conhecer um lugar, precisa decidir o que estará dentro e fora do seu trajeto, o que significa abrir mão de algo. E essa é uma escolha muitíssimo pessoal.


Nós fizemos as seguintes cidades: Los Angeles, Las Vegas, San Francisco, Monterey e San Diego, além de conhecer outras de passagem. A gente sabia que não daria para conhecer "tudo" em todas elas, mas essa foi a nossa decisão. Para quem pretende explorar melhor alguma região específica, vou dar umas dicas também de lugares próximos que podem ser incluídos.


Roteiro

1º Dia

Depois de uma conexão no Aeroporto de Atlanta, chegamos em Los Angeles no finalzinho da manhã. Nossa primeira parada foi na locadora de carros e a viagem já começou bem com a primeira notícia: um upgrade gratuito porque o modelo que havíamos locado estava em falta. E foi assim que nós percorremos mais de 3 mil quilômetros montados em um Toyota Camry, uma versão ainda melhor do Corolla.


De L.A. iríamos para Las Vegas, mas era final do inverno e a Califórnia com as suas paisagens tão diversas reservava uma experiência única e tão sonhada para nós, legítimos cuiabanos, acostumados com o calor de 40º de nossa terra: ver a neve. Big Bear Lake, uma pequena cidade nas montanhas do sul do estado, foi o desvio de caminho mais agradável que a gente poderia ter feito.


Não caía neve, mas ela ainda se acumulava nas superfícies. Foi uma emoção e tanta subir pela estrada e encontrar o verde cada vez mais coberto pela branquidão. E depois os telhados das casas. E o teto do posto de gasolina. E também tudo mais que a vista pudesse alcançar. Paramos em Boulder Bay Park, um pequeno parque na beira do lago com espaço para piquenique e outras atividades ao ar livre (talvez um piquenique na neve não seja lá tão boa ideia). As casas que rodeiam o parque também dão um charme singular ao cenário.



Depois pegamos a estrada até chegar em Vegas, já pela noite. Tínhamos conseguido uma super promoção num hotel bem famoso de lá, o Stratosphere (na época, pouco mais de $70 por duas diárias para 4 pessoas), aquele com uma torre de observação bem alta. Na verdade, a mais alta dos Estados Unidos, com 350 metros de altura! De lá do 108º andar você tem uma visão de 360º da cidade. Quem é hóspede não paga para subir, mas para os não-hóspedes o ingresso custa $20 pelo site. Naquelas alturas, ainda tem um pequeno parque de diversões com brinquedos super radicais.


Uma imagem de péssima qualidade, com um celular da época, que infelizmente não faz jus à beleza iluminadamente noturna de Vegas.

Dia 2

Começamos o dia com um bate e volta para conhecer uma verdadeira obra da engenharia: a Hoover Dam, represa na divisa entre Nevada e Arizona que abastece os dois estados. Ela fica a uns 60 quilômetros de Las Vegas. No caminho, a gente passou e desceu pra conhecer o comércio local de Boulder City.



Já pelo final da tarde fomos explorar a "Cidade do Pecado" a pé. Nossa caminhada teve início no Luxor Hotel, um dos primeiros hotéis-casinos de uma série de tantos outros que dão o ar de magnificência e ostentação para a principal avenida, a Las Vegas Strip. Apesar disso, Vegas pode ser bastante democrática e foi o que mais gostei de lá.


A alma do lugar (já falei disso, que eu gosto de sentir "a alma do lugar"?) é totalmente livre, espontânea e viva. Provavelmente por ser um dos poucos locais nos EUA onde você pode fazer quase tudo que nos outros é proibido, como beber em público. A rua parece um parque de diversões a céu aberto que nunca fecha, com construções monumentais, música e vários artistas espalhados. Destes, os meus favoritos são aqueles que começam alguma performance do nada, como um grupo de quatro jovens que chegaram com uma caixinha de som e dançaram Uptown Funk no meio da gente.


A maioria dos casinos (que também são hotéis) são temáticos e você circula por eles livremente. Cada um parece uma cidade dentro: tem os enormes salões de jogos, restaurantes, bares, lojas, baladas, shows e muito mais. Tem gente jovem, idosa, solteiros, famílias com crianças pequenas, outros vestidos com roupa de gala e uns circulando de moletom carregando várias malas. Fomos até o The Mirage, passando pelo New York-New York, Bellagio, Caesars dentre outros, e voltamos pelo lado oposto da avenida, onde fica o Venetian, Flamingo, Paris Las Vegas e Planet Hollywood.



Dia 3

Longo dia de viagem, saindo de Las Vegas e chegando em San Francisco à noite. Mais de nove horas de trajeto. Por uma parte dele, a estrada passava pelo Deserto de Mojave e cenários que pareciam ter saído de um filme de faroeste. Senti que queria ter passado mais tempo em Las Vegas (para quem a princípio nem queria ir haha). Não imaginava que iria gostar tanto, mas tudo bem que eu ainda volto.


DICA 1: para quem tiver mais tempo e quiser conhecer mais, um dos principais lugares para aproveitar numa viagem a Vegas é o Grand Canyon. Apesar de estar relativamente próximo não é muito indicado fazer só um bate e volta, então reserve alguns dias. Algumas empresas fazem o passeio de 1 dia, mas não é o "verdadeiro" Grand Canyon, só uma pontinha dele. O parque é imenso.


DICA 2: Entre Vegas e San Francisco tem ainda o Death Valley, o Sequoia National Park e o Yosemite Park.


Dia 4

Saímos do nosso hotel pela manhã e fomos até o Pier 39. Na nossa primeira parada, descobrimos que às vezes não adianta levantar tão cedo porque os lugares tem hora para abrir (isso é muito viajar com os pais) e, no caso, abriam às 10h. As lojas do píer estavam quase todas fechadas, então ficamos esperando por uma hora até o movimento começar. Foi só as pessoas começarem a chegar para sentir aquela San Fran "paz e amor" que a gente tem no imaginário.


De lá fomos para o Exploratorium, um museu de ciências totalmente interativo. Nós achamos a experiência sensacional, e olha que eu e meus pais nem somos muito ligados nessa de ciência. Os ingressos atualmente custam $29.95, mas nós compramos o CityPASS de San Francisco (a partir de $67), que incluía este e outros passeios (que eu conto a seguir).



Pegamos um cable car, um daqueles bondinhos antigos (também incluso no CityPASS), em direção à Chinatown. A de SF é a segunda maior dos Estados Unidos, atrás apenas da de Nova York. Não tínhamos um endereço certo então caímos na primeira Chinatown que o Google nos mandou, que eu diria que é a parte autêntica do bairro. Os letreiros e as pessoas na rua se comunicavam em língua chinesa, o comércio se estendia até as calçadas e eu não via ninguém além da gente que não fosse chinês (é sério). Conheci outro país totalmente diferente sem nem andar muito, que experiência!



Por acaso encontramos um pequeno "chá bar", o Cool Tea Bar, que vende uma variedade de chás gelados (e eu recomendo). Por fim, quando o céu já começava a escurecer e nós já estávamos pegando o rumo de volta para o hotel, encontramos a rua mais turística, com muitos restaurantes e lojas de souvenirs (inclusive, dica!! Se pretender comprar souvenir procure antes nas lojinhas em Chinatown, o preço é bem melhor e muitos dos produtos são os mesmos). Se o seu foco for apenas na região turística do bairro, procure pelo Dragon's Gate que é um bom ponto de partida.


Dia 5

O que lhe vem à cabeça quando pensa em San Francisco? Aposto que imaginou a Golden Gate Bridge, certo? Há vários lugares para apreciar a Golden Gate sob diferentes perspectivas, e todas elas são igualmente únicas. Nós começamos o dia em Battery Spencer, do outro lado da Baía de San Francisco, onde foi também a minha vista preferida. Depois, atravessamos a ponte e fomos para o Fort Point, outra vista sensacional.



Uma sugestão é fazer a travessia de bicicleta, mas lembre-se que SF é construída em altos e baixos, ladeira lá, ladeira cá. Para não ficar tão cansativo, considere partir do lado da cidade, ir em direção a Sausalito e, de lá, voltar de balsa. Além disso, é muito comum ter névoa em San Fran, especialmente cobrindo a ponte, e venta bastante na cidade. Dê uma olhada no tempo antes de decidir pelo passeio.


O Golden Gate Park, o "Central Park" de San Francisco, possui inúmeras atividades, jardins, lagos, monumentos e dois dos principais museus da cidade: o De Young Museum e o California Academy of Sciences. Podíamos escolher entre um dos dois com o ingresso do CityPASS e optamos por este último. O California Academy of Sciences é um museu de ciências muito interativo e interessante, a começar pelo seu prédio moderno com teto vivo, com experiências sensoriais, planetário, estufas, aquário e muitas exposições sobre a vida na Terra.


Por fim, também aproveitando o CityPASS, embarcamos em uma balsa para um passeio pela Baía de SF, passando por debaixo da Golden Gate e ao redor da famosa Ilha de Alcatraz. Se quiser conhecer a antiga e lendária prisão, os bilhetes começam a ser vendidos com 3 meses de antecedência exclusivamente pelo site da Alcatraz Cruises e é bom garantir o seu o quanto antes (a partir de $39.90).



Dia 6

Dando início à famosa rota costeira da Highway 1, descemos de San Francisco em direção a Los Angeles. Para fazer todo o trajeto de mais de 900km margeando o Pacífico recomendam no mínimo 3 dias inteiros para aproveitar o que o caminho oferece. Como não tínhamos esse tempo, fizemos os primeiros 200km para depois seguir pelo interior. Ainda assim, deu pra ficar boquiaberta com a paisagem.


Fizemos duas paradas: a primeira em Half Moon Bay, uma pequena cidade litorânea muito charmosa onde fomos a Half Moon Bay State Beach, um parque estadual com vastos campos floridos e dunas, que reúne quatro praias e atividades como camping, área de piquenique e churrasqueiras; e a segunda foi no Pigeon Point Lighthouse, um farol com uma vista belíssima onde há até um hostel.


Pelo final da manhã chegamos em Monterey, cidade que já foi capital da Califórnia quando o estado ainda era governado pelos espanhóis e mexicanos e onde também foi declarado, em meados do século XIX, que a Califórnia a partir de então pertenceria aos Estados Unidos. Além da grande importância histórica, é lar de cenários incríveis e um dos maiores e mais importantes aquários de água salgada do mundo, o Monterey Bay Aquarium.


Nosso ingresso aqui também já estava incluso no CityPASS de San Francisco, mas individualmente ele custa $49.95. O aquário é enorme e dividido por áreas temáticas, sendo possível ver desde o nadar freneticamente harmônico das sardinhas, as águas-vivas dançantes e o "aquário do Nemo", até tartarugas marinhas gigantes e tubarões, então vale muito a pena! Para mim, só de presenciar a fofura das lontras brincando já vale muito.


Saindo do Aquário fica a Cannery Row, a rua turística de Monterey, onde ficavam as fábricas de sardinha que sustentavam a economia da cidade há muito tempo mas que hoje dão lugar a lojas e restaurantes que enchem a via de cor e graciosidade (além do cheiro de "vanilla" que vem das lojas de doces e que pra mim é o cheiro de Monterey haha). A outra concentração turística fica em Fisherman's Wharf, onde acontecem os passeios de barco e atividades aquáticas.



Para finalizar o dia, pegamos a 17 Mile Drive, uma linda estrada (pedagiada) que nos leva até Carmel, cidade vizinha cheia de história e que de tão encantadora parece até ter sido pincelada por um artista de muito requinte. Apenas 15 minutos de carro para desfrutar de um dos mais belos pores do sol que já vi, em Carmel Beach. É tanto que conforme vai chegando o fim da tarde os moradores vão descendo para a praia e se instalando só para apreciar esse momento.


Pôr do sol em Carmel Beach

Nosso tempo por lá foi curto, mas há muito para ver e fazer em Monterey e Carmel. Para saber mais, dá uma olhada no Visit California clicando aqui. E para conhecer outros lugares que fazem da Highway 1 uma das mais deslumbrantes estradas do mundo, como o Big Sur (da foto de capa do post), clique aqui.


Dia 7

Mais um longo dia de viagem, agora passando pelas vilas e cidades "interioranas" da Califórnia e suas fazendas com plantações de maçãs, amoras e abóboras. Paramos rapidamente em Santa Barbara, também uma das paradas imperdíveis para quem percorre a costa do estado. Cidade com um forte lado histórico e outro bastante badalado pelas suas belas praias, ela fica próxima a Los Angeles e aproximadamente no meio do caminho entre Monterey e San Diego, então foi onde almoçamos.


Em Santa Barbara Harbor.

Chegamos à noite em San Diego.


Dia 8

Bem, na minha opinião gastar um dia todo (ou mais) exclusivamente com compras em um lugar totalmente desconhecido é tempo perdido. Mas tem quem goste (ninguém julga) e até faz deste um dos objetivos da viagem, como os meus pais. Isso significa que passamos nosso primeiro dia inteiro em SanDi, das 10 da manhã às 9 da noite, no Las Americas Premium Outlets, um outlet que fica na fronteira com o México, mais exatamente com Tijuana. Minha primeira viagem aos EUA, para Orlando, foi em excursão, então eu aprendi na marra a explorar shoppings e outlets enormes em apenas duas horas.


Vou deixar aqui dicas do que fazer na cidade para quem não pretende incluir compras no roteiro: visitar a Ilha de Coronado, um refúgio do outro lado da Baía de San Diego onde fica Coronado Beach e o Hotel Del Coronado, com uma arquitetura singular e que serviu de locação para muitos filmes (tem um ferry de SD para Coronado que custa $5 o trecho, mas para quem tiver de carro pode fazer a travessia pela Coronado Bridge, que também é uma atração à parte); o Museu Marítimo de San Diego; conhecer o bairro Little Italy, no centro da cidade, e a feirinha que rola aos domingos; visitar as Missões Espanholas (igrejas antigas construídas pelos espanhóis na colonização), como a Missão de San Diego do Alcalá; o Cabrillo National Monument, parque que marca o local onde a primeira expedição européia pisou na Costa Oeste, com uma linda vista da Baía de San Diego e um farol; passear pelo agitado bairro de Gaslamp Quarter, uma boa pedida tanto para o dia quanto para a noite.


Dia 9

Que San Diego possui verdadeiras jóias da natureza a gente já sabe, mas uma delas leva a preciosidade até no nome. Em La Jolla (pronuncia-se la-róia), sofisticada comunidade litorânea de SD, inspira-se e expira-se aquele estilo de vida tipicamente californiano de praia, atividades ao ar livre e bem estar. Lá a gente encontra desde praias para surfistas dos mais experientes até aquelas mais familiares, como a La Jolla Cove, que foi a que visitamos. A areia branca estava tomada por alguns pequenos leões-marinhos e um deles parecia gostar bastante da atenção dos turistas. Perto da praia, o Scripps Park se estende por um amplo gramado que nos convida a ficar e, se possível, curtir de lá um incrível pôr do sol.



Depois, fomos para o Balboa Park, considerado o maior parque urbano cultural da América do Norte. São mais de 15 museu dos mais variados estilos, grandes e belíssimos jardins, incluindo o Jardim Japonês, uma arquitetura também diversa e muitas outras atividades, além do San Diego Zoo. Para saber mais sobre o que o parque oferece e o valor dos ingressos, visite o site aqui.



Perto do Balboa, fomos andar pelo calçadão da baía de San Diego, no centro da cidade, onde se encontra um dos principais museus marítimos do mundo: o USS Midway Museum ($22), um enorme porta-aviões que serviu a marinha americana entre 1945 e o início da década de 90. É uma imersão na história dos Estados Unidos. Ao lado, uma estátua gigante reproduz uma das mais conhecidas fotos da história (e também polêmica), a do marinheiro beijando a enfermeira na comemoração do fim da Segunda Guerra, chamada de "Embracing Peace", e um conjunto de estatuetas em tamanho original homenageiam o comediante Bob Hope ao representar um de seus stand-ups aos militares no National Salute to Bob Hope and the Military.


É nessa região, que fica entre Gaslamp Quarter e Little Italy, onde se encontra o Museu Marítimo de San Diego que mencionei acima, um pouco acima do USS Midway. Lá perto também tem uma unidade do famoso Cheesecake Factory, onde nós fechamos com chave de ouro.



Encerramos o dia em Old Town, local considerado o "berço" da cidade de San Diego e atual centro histórico. Ele preserva e recria construções antigas das primeiras décadas de 1800, de quando a Califórnia fazia parte do México, o que significa que lá a gente vê muita influência da cultura mexicana, desde a arquitetura até o cenário colorido, culinária e claro, tequilas! Em Old Town San Diego State Historic Park, além dos vários pequenos museus espalhados, é um bom lugar para andar, comprar artesanato, comer e beber. Para este último paramos no Barra Barra Saloon para tomar as famosas margaritas.



Dia 10

Antes de seguirmos viagem para Los Angeles, fizemos uma "tour" pelo campus da San Diego State University para conhecer a universidade que o meu irmão estudava. Ela é enorme, tem uma biblioteca igualmente grande, vários restaurantes e redes como Starbucks, lindos jardins... mas o que realmente chama a atenção é a arquitetura inspirada nas missões espanholas e claro, perceber como funciona o meio universitário por lá, incluindo o arranjo das fraternidades, bem características, ao redor da SDSU.


Daí, pé na estrada de novo. Apesar de Los Angeles ser perto de San Diego (aproximadamente 200 km), o trajeto se enrola quando a gente vai chegando em LA devido ao intenso fluxo de carros na cidade. Chegamos lá já no final da tarde e fomos direto para Santa Monica, onde fica um cenário conhecidíssimo: o antigo parque de diversões no Santa Monica Pier. Além do parque, o píer conta com inúmeras atividades e passeios como um espaço de jogos e fliperamas, um aquário, vários restaurantes e um pôr do sol californiamente memorável. E ainda é o marco de uma histórica estrada, a famosa Route 66. Para saber tudo o que o píer oferece e a agenda de eventos e atividades, acesse o site aqui.


O cenário mais tipicamente californiano.

Ao lado de Santa Monica, na mesma orla, fica a famosa Venice Beach. Venice é um lugar incrivelmente multicultural, o reduto dos diferentões. De skatistas, rappers, artistas de rua dos mais variados e performáticos e surfistas, lá a gente vê de tudo o que há de mais descolado.


Dia 11

Ah, nada como conhecer um lugar da forma mais "turistona" possível e se meter em algumas furadas, não é mesmo? Se pretende chegar perto do letreiro de Hollywood então se prepare. O único jeito de chegar próximo mesmo da placa é indo a pé por uma trilha a partir do Griffith Observatory (se escolher esta opção, veja certinho antes de se meter por aí sozinho numa montanha pela Califórnia), mas nós fomos de carro e chegamos o mais perto que era possível, o que nem de longe era perto. Deu pra entender? Depois de muito nos perder e errar caminho nas ruas sinuosas, íngremes e fechadas de Hollywood, alcançamos um mirante para o Hollywood Sign em Lake Hollywood Park, onde a Mulholland Highway se encontra com a Canyon Lake Drive. Mas não espere muito. Acho que vale mais pela aventura do que pelo letreiro por si só.


Olhando assim, ninguém nem imagina as roubadas que a gente se mete.

De lá, outro rolê turistão e, para mim, também decepcionante: a Calçada da Fama. E é por isso que hoje em dia eu não caio mais nessa de "se vai pra tal lugar, TEM QUE conhecer tal coisa". É uma calçada bastante movimentada com várias estrelas com o nome de pessoas e personalidades conhecidas. Mas há outros passeios lá mesmo que podem ser interessantes, especialmente para quem gosta de cinema, como o Dolby Theatre, onde acontece a cerimônia do Oscar ($25 a tour), e o TCL Chinese Theatre, o Teatro Chinês, um dos cinemas mais históricos do mundo. Para entrar e conhecer, você pode comprar um ingresso e assistir a um filme ou comprar o bilhete para fazer uma tour guiada. Em frente ao Chinese Theatre tem uma calçada bem mais legal, aquela onde as personalidades literalmente colocam a mão na massa e deixam suas marcas registradas.



Lá também fica uma unidade do Madame Tussauds, o icônico museu de cera. Os ingressos custam a partir de $16.99 comprando online. Além disso, para quem gosta de andar, conhecer a região e ir além, ali tem uma infinidade de lugares bacanas que vão desde lojas, restaurantes e bares até muitos outros museus e cinemas. Para mim, esse é sempre um dos melhores passeios.


Dia 12

Nesse dia não fizemos muita coisa, apenas saímos para comer e comprar umas últimas coisinhas antes de ir embora e voltamos para o hotel, arrumar as malas para retornar ao Brasil na manhã seguinte. Então vou deixar aqui sugestões de outros passeios para fazer em LA.


A primeira sugestão na terra do cinema, claro, são os estúdios de cinema. O da Warner Bross é um dos mais procurados (os ingressos para a tour começam a partir de $69), mas tem também o da Paramount (a partir de $60) e o da Universal Studios (para quem vai ao parque). Falando nisso, não poderia deixar de mencionar também os parques de diversões que tem por lá. Além da Universal, é lá que fica o primeiro parque da Disney, a Disneyland, e um dos parques mais recentes do complexo, o Disney California Adventure Park. Por fim mas não menos interessante, o Six Flags, excelente opção para os amantes de brinquedos mais radicais.


Um dos lugares mais visitados e recomendados em Los Angeles é o Griffith Observatory. O lugar que acomoda o planetário da cidade ($7) é também onde se tem uma das vistas mais privilegiadas. Além disso, há várias exposições e eventos constantemente. A entrada no observatório é gratuita (apenas o planetário é pago) e a melhor forma de chegar é de ônibus, mas também há estacionamento para quem tiver de carro (6 a 10 dólares/hora).


Para quem gosta de arte e arquitetura, LA também oferece um leque bem diverso. O Los Angeles County Museum of Art (LACMA), maior museu de arte da costa oeste, tem um acervo riquíssimo que vai desde a arte antiga até a arte moderna. A entrada é gratuita toda segunda terça-feira de cada mês (nos outros dias é $25). Outra opção são os museus do instituto The Getty, o Getty Center e o Getty Villa (necessário fazer reserva), que misturam arte, arquitetura e belos jardins em paisagens belíssimas da cidade. A entrada em ambos é gratuita, e o valor do estacionamento varia de 10 a 20 dólares. Já o Walt Disney Concert Hall, projetado por Frank Gehry, foi para mim enquanto estudante de arquitetura a máxima da arquitetura moderna que já presenciei. Dizem que assistir a um concerto na sua sala principal é uma experiência sensorial única, tanto para os ouvidos quanto para os olhos.


A fachada singular do Wal Disney Concert Hall.

Agora, aos detalhes "técnicos" da viagem:

Por onde começar

Para quem vai fazer a viagem descendo a costa — a orientação é fazer sentido SF-LA pois é onde a estrada beira as lindas paisagens e se tem a melhor vista —, recomendam chegar por uma cidade e partir por outra (San Francisco e Los Angeles, respectivamente — ou ir embora por San Diego para quem for incluí-la no roteiro). Assim, evita o deslocamento de retornar à cidade inicial e economiza tempo.


Porém, nem sempre esta é a melhor opção financeiramente falando já que os voos para San Francisco costumam ser mais caros. No nosso caso pegamos uma ótima promoção de passagem ida e volta para Los Angeles, então tivemos que adaptar a viagem a partir daí. De todo jeito, vale colocar no papel os custos e as cidades de destino para ver qual é a opção mais conveniente. Por falar em tempo e deslocamento, isso nos leva ao próximo tópico.


Distâncias

Para falar das distâncias percorridas, vou deixar aqui o mapa interativo dos lugares que visitamos. Note que mais ao norte nós temos San Francisco, no extremo sul do roteiro San Diego e mais ao leste Las Vegas.



Chegamos por Los Angeles e antes de ir para Vegas passamos em Big Bear Lake. Distância percorrida: 155 km em pouco mais de duas horas de carro (já que a velocidade reduz bastante chegando no relevo montanhoso).


Depois, de Big Bear Lake para Vegas no mesmo dia. Distância percorrida: 345 km em aproximadamente 3 horas e meia.


De Las Vegas para San Francisco, o maior trecho do roteiro. Distância percorrida: 915 km em cerca de 9 horas de viagem, sem considerar as paradas.


San Francisco para Monterey. Distância percorrida: quase 200 km pela estrada costeira e aproximadamente 3 horas de trajeto, também sem considerar as paradas. Descendo para conhecer aqueles lugares belíssimos pelo caminho (é o objetivo, não?) vira facilmente 4 horas e meia, 5 horas de viagem. Ao solicitar a rota no Google, arraste o percurso para a Highway 1, senão ele te manda pela estrada interna já que é bem mais rápida.


De Monterey para San Diego. Distância percorrida: 730 km em pouco mais de 7 horas de viagem, sem levar em conta as paradas. Fomos via US-101 passando por Santa Barbara até chegar em San Di.


Por fim, de San Diego a Los Angeles. Distância percorrida: pouco mais de 190 km em aproximadamente 2 horas e meia de trajeto devido ao trânsito intenso já chegando em LA.


Onde ficar

Em Las Vegas, procurar hospedagem até que não foi tarefa difícil. A maioria dos hotéis são casinos então não é apenas uma hospedagem, é uma experiência. Pela grande oferta da rede hoteleira lá, dá pra encontrar excelentes preços em locais bem famosos. A maioria deles fica na Las Vegas Strip, uma das principais vias da cidade — a principal para os turistas. Nós ficamos no Stratosphere Hotel, que na verdade fica no final da Strip, um pouco mais afastado dos outros, porque pegamos um preço excelente. Outro bem famoso e que costuma ter ótimos valores é o Circus Circus, já mais no borburinho dos grandes casinos.


Já em San Francisco e em Los Angeles tivemos muita dificuldade porque nas duas cidades os preços de hospedagem são caríssimos, o que significa, para quem está com baixo orçamento como a gente, baixar bastante as exigências. Acabamos ficando em hotéis tipo "motel" que não tem nada a ver com o conceito brasileiro, mas sim como aqueles que vemos em filmes. Para quem está acostumado com experiências mais "roots", tudo bem, mas para quem não abre mão de conforto talvez sejam dicas de "onde não ficar", até porque são lugares mais periféricos (mas ambos eram bem limpos e tinham tudo o que precisávamos).


Pátio interno do nosso hotel em San Francisco

Em San Fran ficamos em Oakland, uma cidade vizinha, no Imperial Inn. Ele é bem simples, mas há outras opções bem bacanas na cidade mais em conta que em SF. Para quem quer ficar mais bem localizado e não se importa em pagar mais, ou até mesmo estará sem carro, as melhores regiões para se hospedar em San Francisco são Union Square e Fisherman's Wharf. Em Los Angeles ficamos no Super 8 em Inglewood porque era mais próximo ao aeroporto, mas não recomendo. Descobrimos durante a estadia que a região não é segura. Para ficar mais perto dos pontos turísticos e opções de transporte público mas sem gastar fortunas (e sem luxo), algumas opções são Hollywood e Downtown. Outras mais descoladas são West Hollywood e Santa Monica, mas esta última fica distante das outras áreas turísticas, exceto da praia.


Voltando para as boas experiências hoteleiras, San Diego. Eu fiquei no alojamento universitário com o meu irmão, mas meus pais ficaram num hotel. Por isso, escolhemos um próximo à universidade, o Days Inn by Wyndham Mission Valley. Apesar de parecer simples, achei bem confortável e equipado: o quarto era espaçoso e tinha até cozinha, a cama era king, tinha café da manhã (a maioria não tem), além de piscinas, inclusive aquecida, na área externa. O preço era excelente mas é mais cômodo para quem tiver de carro. Para quem não tiver, Old Town e Downtown (Gaslamp Quarter e Little Italy) são boas opções, sendo o centro de San Diego mais caro.


Em Monterey ficamos no Pacific Inn, tão aconchegante quanto a cidade que o abriga. Como Monterey é pequena, principalmente para quem estiver dirigindo ficar fora do "centro" não é um problema. Mas se quiser se hospedar nos locais turísticos, a Cannery Row e o Old Fisherman's Wharf são as principais regiões.


Onde comer

Bem, não sou muito uma referência gastronômica, normalmente eu priorizo refeições rápidas e baratas. É bem comum ir para os Estados Unidos e ficar apenas no fast-food, mas como meus pais não se habituaram muito com esse estilo nós escolhemos as redes de diners com opções mais variadas e saudáveis no cardápio, como o Denny's e o IHOP. O café da manhã é o ponto forte do IHOP. Para comer lanche preferíamos o Jack In The Box, que na minha opinião é o melhor sanduíche/hambúrguer de rede.


O shake de morango do Jack In The Box que foi o melhor que já tomei na vida!

Para matar a saudade do sabor de casa, fomos também numa churrascaria brasileira em San Diego, a Rei do Gado. Atualmente o rodízio para o almoço é a partir de $ 26.95 por pessoa. Não é barato se comparado a outras refeições, mas é churrasco brasileiro, então super vale a pena (mas claro, ainda não é exatamente como o nosso). Além disso, a maioria dos atendentes são brasileiros e recepcionam muito bem.


Importante saber antes de ir

Seguro viagem para os Estados Unidos até então não era item obrigatório, apesar de altamente recomendável já que o país não tem sistema público de saúde e qualquer procedimento lá pode custar uma fortuna. A partir de novembro de 2019, no entanto, poderá ser barrado no baile quem não tiver seguro viagem, assim como já é obrigatória a cobertura para a entrada de imigrantes em muitos países da Europa. Eu uso o site da Real Seguro para encontrar o melhor para mim (clique aqui para comparar com 10% de desconto), e se quiser saber mais sobre como escolher o melhor para você tá tudo explicadinho nesse post aqui. Lembrando que na última viagem, quando estava em Washington, precisei acionar o tal seguro.


Outro item importantíssimo para quem viaja é o chip de celular com internet. Eu uso e indico o da Airalo, pois além de prático, tem um ótimo custo-benefício. Se você quiser aproveitar um desconto de $3, é só usar o meu código ISADOR0764.


Basta baixar o aplicativo, comprar o plano de dados para a sua viagem, instalar o chip (virtual) seguindo as instruções, e ativar quando chegar no destino que ele se conecta automaticamente com a rede de cobertura no país. MAS ATENÇÃO! Confira antes se o seu celular é compatível com eSim.


E para gastar menos durante toda a viagem com uma taxa de câmbio muito menor, eu recomendo fazer uma conta global com um cartão de débito. Eu uso o da Wise por ser uma conta multimoedas, então adiciono o dinheiro já na moeda local. E se você quiser começar a aproveitar os benefícios da Wise, pode utilizar o meu convite para receber isenção de tarifa em uma transferência de até R$ 3.000, é só clicar aqui.


Isa, e valeu a pena? Não foi corrido?

Quando planejamos a viagem, sabíamos que não daria para conhecer minuciosamente todos os lugares em que íamos passar. Me admira até que conhecemos muita coisa pelo tempo que tivemos e, ainda assim, não foi uma viagem cansativa. Acho que o segredo é que tínhamos nosso tempo para relaxar, que era à noite. Os únicos dias em que estivemos fora à noite foram em Vegas, quando fomos para o outlet e em Old Town em San Diego.


Eu adorei a forma como a nossa programação ocorreu e me encantei com cada lugar que conheci. O único ponto que eu faria diferente é: ter me planejado melhor com o roteiro em Los Angeles, que como era a última parada ficou meio à deriva, apesar de achar que o tempo que ficamos lá seria suficiente. Também gostaria de ter mais tempo em Las Vegas, mas acho que vale uma outra viagem (e essa é sempre a deixa para a próxima).

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